Titulo original: Ten foot tall and falling
(tradução contextual: "Grandalhão, desajeitado e acaba caindo")
(tradução contextual: "Grandalhão, desajeitado e acaba caindo")
By Cheri Genereaux
Erros estúpidos são cometidos quando nossa percepção do risco é mais baixa do que deveria ser. Este conteúdo é uma tradução de artigo publicado no site OHS on line agora em janeiro de 2015, de autoria de uma especialista bastante experiente em segurança do trabalho na construção nos Estados Unidos.
Sabe-se que os acidentes são resultados de uma situação complexa e multifatorial. Entretanto, tanto faz a velha classificação de atos inseguros ou condições inseguras, o importante é que o fator humano em qualquer atividade aparecerá sempre,
seja com inteligência, ou estupidez.
seja com inteligência, ou estupidez.
O PROBLEMA
Quando se fala de segurança uma atenção maior é sempre dedicada aos riscos maiores e com maior repercussão. Mas se você começar a conversar com os colegas da indústria da construção sobre as fontes das lesões mais frequentes, você vai ver que eles raramente são causados por tarefas que dão medo ou mais complexas. A maioria é resultado de todos os pequenos riscos que os trabalhadores encontram no seu dia a dia.
O CONTEXTO
Todo dia eu converso com mais de 800 gerentes, supervisores de segurança, técnicos em treinamento e outros profissionais da indústria da construção. De longe a queixa mais comum que eu ouço é sobre trabalhadores cometendo "erros estúpidos" - coisas como esquecer o EPI, não obedecer um procedimento que já tinha sido enfiado na cabeça deles, pular um portão, ou carregando materiais pesados ou máquinas.
ANATOMIA DE UM ERRO ESTÚPIDO
Quando profissionais de segurança chamam alguma coisa de erro estúpido eles estão sempre se referindo a um erro ou um deslize que alguém comete quando ele deveria saber melhor do que ninguém que estava errando ou que teria evitado se ele tivesse prestado atenção no que estava fazendo ou pensado sobre as consequências. Nós chamamos isso de "estúpido" porque ele acontece quando nós estamos tentando completar uma tarefa que é normalmente muito simples e que já foi feito milhares de vezes antes sem que nada tivesse acontecido. Fazendo uma visão retrospectiva, o erro parece óbvio, total e facilmente evitável. Eu não me lembro a última vez que eu passei uma semana sem que eu ouvisse um supervisor de segurança lamentar um erro estúpido que acabou lesionando alguem.
Erros estúpidos são cometidos quando nossa percepção do risco é mais baixa do que deveria ser. Ninguem pensa sobre os perigos de andar, mesmo quando há sempre o risco de tropeço, mesmo que todo mundo esteja dando milhares de passos todos os dias. Completar qualquer tarefa sem problemas durante todos os dias vai nos tornando confiantes em nossa habilidade de completá-las sempre e assim vamos minimizando o risco nas nossas mentes. Quando as pessoas se deparam com um risco muito grande e bem visível, elas geralmente ficam alertas. Por exemplo se você pega um grupo de trabalhadores movendo um dispositivo de emissão radioativa não resta dúvida que eles prestam bem atenção ao perigo iminente. Mas se isto se tornar alguma coisa que eles fazem várias vezes por dia, eu aposto que eles vão começar a ver a atividade como tendo um risco mínimo de operação, mesmo que esse risco não tenha mudado de forma significativa.
Eu conversei recentemente com um diretor de segurança e saúde que disse: "quando nós trabalhamos com uma atividade complexa e de alto risco, agente desenvolve uma avaliação de risco, uma análise prevencionista de tarefas e consultamos manuais. Entretanto, muitos trabalhadores estão se acidentando enquanto circulam pelo local de trabalho. Eles simplesmente tropeçam em uma pedra e torcem o tornozelo". Em muitos casos, não está claro que os riscos fazem as pessoas se ferir, mas isto é mais provável quando os trabalhadores estão tão dessensibilizados para pequenos riscos que eles pararam de dar atenção a eles.
Um outro profissional de segurança me falou sobre um trabalhador que subia uma escada para uma grua, que ele fazia frequentemente. Naquela vez, entretanto, ele esqueceu sobre os 3 pontos de contato, escorregou no segundo anel de conexão e quebrou a perna. Ele dificilmente faria aquilo fora do solo mas agora ele ficou parado por aproximadamente 8 semanas, tudo por causa de um erro estúpido.
PERCEPÇÃO DE RISCOS À PROVA DE BALA
Em ambos os exemplos anteriores, lesões ocorreram não por causa de uma gambiarra ou houve um lapso mental, mas porque os trabalhadores não estavam focados em pequenos riscos, bastante significativos. Sua complacência e a frequência dessas duas atividades contribuiram para ficarem fora do ar sobre o que eles estavam fazendo e aí falharam, mesmo para pensar de forma apropriada para avaliar suas chances de sofrerem um acidente.
ALTO RISCO E BAIXO RISCO
Em muitas atividades, a frequência de atividades de alto risco é geralmente baixa, mas trabalhadores na construção tem que lidar com um monte de chamados riscos baixos de forma regular. Assim, quando tiverem que lidar com níveis elevados de risco, eles tambem estarão mais propensos a ter uma percepção distorcida daquele risco. Eu estou certa de que isto é porque muitos trabalhadores da construção se acham à prova de bala: após você operar um equipamento pesado, dirigir seu carro para casa parece nada. Mas quando você se sente com poder para lidar com qualquer coisa, você vai desenvolvendo uma espécie de turvação da visão para coisas que vão acabar te levando pro hospital.
Fala-se que cerca de 29,3% de entorses, distensões e lacerações são de longe as maiores causas de lesões na indústria da construção. Na maioria das situações os riscos não são imediatamente evidentes para as pessoas, que acabam se ferindo porque não estão dando atenção a eles. Como temos observado, mesmo andando sem olhar onde você está indo em um site de construção, as pessoas podem acabar em um acidente. E quanto mais os trabalhadores se acham blindados é mais provável que eles acabem se ferindo - e há uma grande chance de que isso será devido a uma atividade de "baixo risco" mas que causará o acidente.
TRABALHO EM ALTURA
O mesmo pode ser dito sobre quedas, que é maior causa isolada de fatalidades na indústria da construção. Quando trabalhadores estão a mais de 25 metros do solo eles dão uma olhada na altura e voluntariamente conferem seu equipamento de proteção devido às óbvias consequências de uma queda. Mas se você começa a conversar com eles sobre nível de altura, aí eles começam a dar menos importância sobre os riscos da altura. "´É só 5 metros", eles pensam. Eu tenho visto estatísticas dizendo que 50% das fatalidades em ambientes de trabalho devido a quedas ocorrem de uma altura de menos de 6 metros. Mas a maioria dos supervisores de segurança observam o quão rapidamente os trabalhadores se acostumam em trabalhar em uma altura de 5 ou 10 metros e aí esquecem o quanto arriscado é essa altura.
COMBATENDO COMPLACÊNCIA COM COMUNICAÇÃO
O tema central de toda essa discussao é ATENÇÃO e COMPLACÊNCIA. Se os trabalhadores param de dar atenção o tempo suficiente, aí eles começam a ficar complacentes e a cometer erros estúpidos. Portanto, como conseguir que os trabalhadores mantenham o foco no que eles estão fazendo, qualquer que seja a tarefa, mesmo a mais simples? diga-lhes que prestar atenção é algo tão útil como tentar colocar uma nota adesiva em cada risco. Mas existem algumas formas práticas para engajar trabalhadores e ajudá-los a manter os olhos e mentes nos riscos à volta deles:
Ajudá-los a ententer que atividades de baixo risco podem causar lesões graves e dar a eles exemplos
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Explicar que o foco ou a ausência dele na tarefa à mão irá influenciar de forma significtiva o risco de um "erro estúpido" ou lesão
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Explicá-los o quão difícil é manter o foco em uma atividade simples e frequente e porque é crítico seguir instruções e utilizar o EPI todo o tempo
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Engajá-los regularmente em programas de atenção sobre atividades de baixo risco da mesma forma que enfatizamos os riscos graves
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Discussões frequentes em segurança poderá ajudar a criar conscientização, ajudar a lutar contra a complacência e deixá-los saber que segurança é uma prioridade mesmo em face de um prazo para completar uma tarefa.
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QUESTÕES DE SEGURANÇA
Pessoalmente eu gosto de recomendar que supervisores desenvolvam 5 ou 6 questões que irá preparar trabalhadores para pensar em riscos de lesões. Uma das minhas perguntas favoritas é:
"Se o seu filho ou filha fossem começar a trabalhar aqui hoje, quais os riscos que você quer que eles conheçam?"
A resposta irá geralmente destacar a fonte de perigo que os empregados conhecem mas que acham não ser necessário pensar neles e irá trazer ao supervisor um senso do que seus trabalhadores estão preocupados.
Fazer perguntas como essas pode tomar somente 30 segundos e que pode levar a um diálogo mais do que uma mini lição proferida pelo supervisor. Pode tambem ajudar cada trabalhador se sentir como alguém que conta na equipe. Eu tenho visto tambem que essas conversas iniciadas pelo supervisor pode eventualmente se transformar em um bate-papo sobre segurança de forma mais rápida do que você possa pensar.
A chave é iniciar essas conversas de forma mais frequente. É muito melhor ter pequenas conversas (diálogos diários de segurança) do que gastar meia hora nesse assunto e nunca mais mencioná-lo de novo. Se o objetivo é recalibrar a avaliação dos trabalhadores sobre pequenos riscos, logo essa mudança resultará na necessidade de reforça-la através de conversações regulares e práticas.
É fácil para trabalhadores se tornarem complacentes sobre pequenos riscos nos ambientes de trabalho. Mas, conversações frequentes podem prepará-los para dar a mesma atenção para pequenos riscos assim como se faz para os grandes riscos. E através de ajudar trabalhadores olhar e pensar mais sobre o que eles estão fazendo você poderá reduzir sua autosuficiência para uma mentalidade mais engajada e assim torná-los mais seguros.
Autora: Cheri Genereaux - é uma especialista em segurança na indústria da construção. Ela tem usado seu conhecimento sobre fatores humanos e uma experiência industrial única para reduzir lesoes de trabalhadores na indústria da construçao em grande parte da América do Norte.
Tradução: